domingo, 6 de dezembro de 2009

Enem, redações e confusões!

Apesar de algumas confusões na parte de conjugação do verbo, acho que minha redação ficou legal. Vou posta-la aqui 'pra módi' ouvir comentários sobre ela, para pelo menos amortecer a angústia da espera até janeiro...

O cálice, infelizmente, voltou

“Pai, afasta de mim esse cálice”. Chico Buarque quando compôs essa música não podia imaginar que o nosso país hoje estaria embriagado com a bebida amarga que descrevia. O cálice, ou cale-se, que ele tanto repudiava, hoje se alastra na população brasileira. O individualismo somado ao capitalismo exacerbado calou a voz da população, que mesmo diante da corrupção sem medidas, prefere ficar parada, visando apenas a comodidade pessoal.

Quem vivenciou ou conhece a época da ditadura sabe como o poder do povo é forte. Infelizmente, a população se estabilizou apenas no saber e preferiu observar quieta o que acontece no governo do país. Mesmo diante do grande arsenal de denuncias sobre as irregularidades do governo, os murmúrios inexpressivos da população indignada sobre o tema, é abafado diante dos gritos que o individualismo incessantemente tende a impor.

As pessoas hoje se preocupam apenas com o que acontece dentro de sua casa, ou não querem abalar sua estável rotina em busca de justiça. Como expor-se ou clamar por democracia de verdade é visto como desvantajoso, inviável e até as vezes considerado inútil, a sociedade se anestesiou dessa ideia.

Enfim, a frágil frustração acerca desses aspectos influi na crescente nação corrupta que está se criando. A força do povo antes tão clamada, hoje é inútil perante a vontade tão escassa de revolução. Porém ela, mesmo que adormecida, ainda existe. O poder do povo sempre existirá independente se usado ou não. A nossa esperança é que da mesma forma com que fomos capazes de mudar a história com ele, um dia ainda reanimemos para transformar o futuro. Para que do mesmo jeito que nos orgulhamos ao contar nosso passado, contribuirmos para repetir esse sentimento no futuro.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Justiça: você ainda acredita nela?

Observando a maneira com que a sociedade incessantemente clama por justiça resolvi dar minha opinião sobre o assunto. Você já percebeu como todo e qualquer cristão ou religioso se sente confortado quando pensa em justiça? É até engraçado de se ver. Às vezes me perguntam: ‘mas e quem faz coisas ruins e não é punido pela sociedade, o que acontece a ele?’ minha resposta? ‘Nada’. Sim, simples assim. Se um cara matou e não foi descoberto, não acontecerá nada com ele. Se uma pessoa fez mal a outra, não acontecerá nada com ela (claro, a não ser que seja programado por outra pessoa). Essa crença de que ‘aqui se faz aqui se paga’ ou então ‘pagará pelos pecados’ é pura ladainha, porque certo e errado vem cada pessoa, eu posso estar fazendo uma coisa que para você é errado e que pra mim não há mal algum. Esse blog, por exemplo, já ouvi críticas dizendo que eu sou errada em escrever o que escrevo quando que pra mim não vejo nada de mal no que faço. É tudo muito relativo. A justiça, como vêem, é relativa. Eu sei que é um pouco banal e até triste pensar assim, e sei também que essa é a pior barreira que uma pessoa quando está se descobrindo “ateu” tem de enfrentar. A justiça conforta, alivia, mas do que adianta se enganar, quando na verdade todo mundo sabe que ela não acontece sem que exista a intervenção planejada. Já disse um velho sábio: “Pra consciência eu não posso mentir, pois meu travesseiro não me deixa dormir”, sinceramente, algumas pessoas simplesmente dormem, preferem deixar isso nas entrelinhas, não pensar sobre assunto, esquecer. Mas quando são questionados estão prontos para dizer que acreditam na justiça. Que justiça frágil é essa que quando pisam no seu calo, quando mechem no seu mundo, estão dispostos a resolver com suas próprias mãos? Tenho certeza que muitos que tenham sofrido com problemas, se prontificaram eles mesmos a fazer a justiça, sem que a esperassem aparecer.
A justiça quando aplicada é sim eficaz, mas acreditar nela como mágica ou conseqüência chega a ser maçante e triste, acreditar em algo que não existe, por apenas ser feliz em acreditar. Infelizmente essa é a sina do cristão, religioso. Infelizmente para mim, que vejo isso e tenho minhas mãos atadas. Não os julgo por serem felizes de forma alguma, eu nem tenho direito de julgar coisa nenhuma, a única coisa que eu me sinto angustiada é a grande maioria não conseguir enxergar o que está tão claro, ou melhor, não querer enxergar a realidade.
Enfim, a felicidade é única e individual de cada ser humano. Um pouco da minha forma de ser feliz é diferente da grande maioria, mas no fim, nada disso importará, não é mesmo? No fim as únicas coisas que importarão não serão as formas com que fomos felizes, importará se fomos felizes... E isso, cada pessoa que se auto-julgará. :)