segunda-feira, 16 de março de 2009

Por que a crença?

Há um tempo atrás, quando acabara de me tornar atéia eu ficava questionando o porquê de tantas pessoas terem essa crença baseada em fatos tão absurdos. Foi quando fechei meus olhos para os meus próprios pensamentos antes permeados, acreditava que eu cria por ser criança, assim sendo, não entendia a razão para tantas pessoas crerem, mesmo sendo intelectualmente capaz de rever e reformular seus conceitos. Foi aí, pensando sobre isso que comecei a entender.
A frase "Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar." de Carl Saga, me abriu muito a cabeça. Eu discutia com crentes no intuito de mostrarem a eles a incoerência em que acreditavam, a farsa tão clara e exposta que teimam em sancionar, mas quanto mais eu analisava, mais via que não adianta tentar converter um crente de coisa alguma, se antes este não tiver disposto de entender e debater os fatos que você apresentaria.
Mas muitas das vezes o motivo da crença é um motivo de carência. Eu entendo que a visão de que esteja sozinho e isolado no mundo é perturbadora e que uma pessoa muitas vezes não consegue digerir tal idéia e colocam um terceiro para amortecer esse pensamentos. Deus é também uma base, um meio de aliviar as pessoas de certas tensões, muitas vezes têm a desculpa de que 'deus quis assim', ou até 'ele sabe o que faz' para amortecer fatos que não suportaria aguenta-los de outra forma, por isso ja desisti de tentar converter pessoas, por saber que tirar esta base, esse alicerce de alguém é muito cruel. Expondo minhas idéias neste blog, lerá quem se interessar, então não estou falando diretamente com ninguém.
Acreditar também é uma forma de fechar os olhos para a visão de finitude do ser humano. A idéia de finitude nunca foi bem digerida pelos crentes. A efemeridade da vida combinada com um fim definitivo, não é uma suposição suportável de se conviver.
Resumindo, a religião por si só não convenceria ninguém. Mas juntando ao sentido racional, o medo e a carência de um indivíduo, esse embolado de respostas fáceis são um prato cheio para qualquer pessoa que tenha indolência de pensar por si próprio.

3 comentários:

  1. Fantástico seu texto, um espetáculo literário para um cara como eu, apaixonado por vocabulários rebuscados e questionamentos com embasamento filosófico... Alguns dias atrás conversando com alguns "universitários" sobre a existência ou não de seres extraterrenos, muitos deles desacreditavam apenas pelo fato de desacreditar o que me deixava revoltado e quando se fala em acontecimentos para normais e pessoas dizem não acreditar mais que não e bom "abusar", caem em contradição, por alguém temeria algo que não existe. Da mesma forma que alguns ateus que acredito eu não ser seu caso (por conhecer um pouco de sua linha de pensamento) endeusam Frederic Nietzsche e o tomam o como a verdade suprema e deixam de pensar por si e acabam pensando por Nietzsche, gostaria muito de debater com você sobre essas idéias e tentar decifrar a existência dessa engrenagem que rege esse nosso universo tão complexo.
    Como você disse no texto, também acho que vivemos em uma “sociedade” carente de esperança e que as pessoas acabam se tornando fragilizadas pelo sistema que como temos visto é bastante forte quando se fala em condições produtivas e pouco eficiente nas questões distributivas, isso faz com que as pessoas se acoelhem e temam tudo e todos. Te aconselho a ler um pouco de Paulo Freire, e também um livro que estou terminando de ler que se chama Na Natureza Selvagem, batem a todo momento nessa tecla da necessidade de se buscar uma forma de pensamento própria e no desapego à ignorância social.
    Outra coisa, admiro sua coragem de criar um texto extenso e sem figuras, melhor assim, quem não se interessar que vá ver o BBB ou então admirar as mulheres frutas com algum hit do momento com bundas em proporções demasiadamente artificiais e artrópodes hermafroditas e rebolativos.

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  2. Bom, esse texto é fantástico mesmo, sobre muitas coisas que eu cheguei em conclusões com ela mesma. sobre a carencia a nescessidade das pessoas de se apoiarem em algo, porque pra elas é muito pesado as vezes o fardo de poder ser carpinteiro de si mesmo, formular questões e opniões por elas mesmas por isso talves elas ja escolhem oque esta pronto, elas preferem viver a vida toda com medo do fogo do inferno , ou talvez magoando as pessoas por calsa de religião e etc. :D
    é a vida , isso nunca vai acabar eu acho , infelizmente . inquanto nada acontece vamos debater :D

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  3. Pow...de fato é bem bacana o livro do Jon Krakauer (na natureza selvagem). Paulo Freire, o grande docente...São coisas bem legais e acrescentadoras para se ler...rsrs...tipow...Gostei tbm do texto...espero q escreva mais. rss...Ah! Embora acho mais sensato e inteligente sempre ouvirmos tbm o q eles( pessoas com outras crenças) tenham a dizer...Pq as vezes agimos como 'os mesmos, sendo néscios...é bacana sentar, ouvir, e depois analisar minuciosamente o q dizem... depois d fazer muito isso...percebi q acabam q sendo praticamente 'realidades congruentes ....distintas parentemente...mais no final se propõe. rsrs ... logo não deixando de ser uma realidade absoluta... e é super interessante como essa coisa sem sentido(todas crenças) acabam q tendo mais sentido juntando-as...é uma coisa muito louca.rsr ah ! deixando d ser prolixo e ir ao q interessa...acho q seria bacana fazer como eneias(eneida)...observar...conhecer..e tentar pegar o q ha de melhor em cada cultura...para ser um bom ancestral e contruir um imperio mais forte...pegar conhecimentos e ideias distintas...tirar o q ha de melhor e construir uma ideologia melhor... E desculpe por ser assaz promíscuo ! 'Thiago marques'

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